terça-feira, 8 de outubro de 2013

Editorial

Na escola sabemos bastante de horizontes. Todos conhecemos essa linha aparente que separa o céu da terra, um ponto indefinido e sempre distante  que se move à medida que nos deslocámos. Quando olhamos pode ser um pouco frustrante, algo assim como nunca acabar de chegar.No longe da planície, onde cada tarde observamos o arrebol do sol e o voo festivo das águias, há um mundo de sonhos que nos mostra o autêntico sentido da vida.. Essa ilusão visual e longínqua acaba sempre por se pôr no fundo do nosso olhar. Por isso o horizonte, se espreitamos atentamente, devolve-nos cada manhã o espelho em que nos reconhecemos. Sobre nós, trôpegos patos de granja e de voo curto, voa por vezes um bando de patos selvagens e, como num conto, algo se aplana nesse horizonte do nosso ser donde se esconde o melhor de nós mesmos. Não é fácil dar um nome a todos esses sentimentos, mas possivelmente são uma mistura de admiração e nostalgia, de dor, raiva e alegria, de orgulho por eles e mal-estar por nós próprios e pelas nossas asas tão atrofiadas.
Porquê o titulo Horizontes?
Vem-me à memória aquela estrofe de Frenando Pessoa, do poema "Horizonte", na Mensagem:
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa e, com sensíveis 
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte

Os beijos merecidos da verdade.

                                                                                                                                  J. Torres

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